segunda-feira, 14 de novembro de 2016

FAQ: Matérias alternadas e metas de conteúdo

Hoje vamos inaugurar uma outra seção no blog, destinada a algumas dúvidas pertinentes feitas pelos leitores: FAQ (Frequently Asked Questions). A intenção é socializar algumas respostas que podem ser úteis para todos.

A primeira pergunta é da colega Brenna Alves, que enviou sua dúvida pelo Instagram (@oprocurador), acerca da postagem 'Estudo uma matéria por vez ou alterno entre elas?': "Dúvida sobre esse método: vc estabelecia metas de conteúdo em uma hora? Ou simplesmente estudava 'até onde desse'?"

Metas de conteúdo são excelentes. O ideal é que todos nós pudéssemos organizar nossos estudos dessa forma.

Quando estava a três meses da fase oral da PGFN fiz três tabelas enormes, uma para cada mês, dividindo dia a dia todo o conteúdo do edital - em várias matérias diferentes por dia, como expliquei antes. O estudo restou prejudicado pelas sucessivas alterações de datas.

Antes disso eu não fixava minhas metas de conteúdo dessa forma. Eu buscava estipulá-las por quantidade de páginas mesmo. Buscava cumprir uma meta de 10 a 15 páginas - nem sempre é possível.

Quando concluía uma hora e eu não havia terminado o assunto ou tópico, observava se ele era grande ou pequeno, e quanto faltava pra terminar.

Caso faltasse uma ou duas páginas e isso não me fosse tomar muito tempo, concluía o ponto. Mas se terminar o assunto significasse invadir 15 minutos a mais da matéria seguinte, eu parava onde estava e no outro dia dava uma revisada rápida e concluía de onde havia parado.

Como eu disse, esse tipo de estudo é muito produtivo. Mas eu sempre pensei que organizar metas com que assunto estudar a cada dia fosse me custar muito tempo de estudo. E tempo é sagrado.

Fiquem ligados para mais Frequently Asked Questions (FAQ)! Um abraço!

Jurandi Ferreira

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Estudo uma matéria por vez ou alterno entre elas?

Inaugurando a seção "Métodos de Estudo" do blog, devemos estudar uma matéria por vez ou alternar entre elas?

Uma grande mudança nos meus estudos foi quando decidi deixar de tentar exaurir matéria a matéria e passei a estudar uma matéria por hora.

Isso é muito importante, do contrário o estudo pode ficar bem frustrante. A alternância entre as matérias renova a disposição de hora em hora, e ainda nos disciplina e nos faz buscar o melhor proveito dentro do espaço de tempo definido. Tudo funciona melhor.

Estudando uma matéria por hora, você:

1) Desenvolve mais eficiência no aprendizado, porque tenta inconscientemente produzir o máximo dentro de cada hora;

2) Afasta o sentimento de cansaço mental, porque a cada hora muda de cenário;

3) Consegue estudar muitas matérias de uma vez e garantir um conhecimento horizontal a longo prazo. Se você tentar exaurir uma matéria por vez vai correr o risco (quase certo) de chegar na prova sem estudar algumas matérias. E mais: corre o risco de haver se esquecido de boa parte so assunto das primeiras matérias.

Vendo várias matérias por dia fazemos uma inevitável revisão constante de vários conceitos de várias matérias e evitamos o esquecimento. Vejam a diferença: no 5° período da faculdade, prestei concurso para Delegado de Polícia Federal (2013). Foquei todo o meu tempo no estudo de Direito Penal e Processual Penal, tentando exaurir as matérias. Resultado: fechei as duas na prova objetiva. Por outro lado, me dei mal no resto e não atingi a nota mínima.

Já em 2015, prestes a fazer a prova objetiva da Procuradoria da Fazenda Nacional, montei o que já chamei aqui de "horário camicaze". Estruturei meu quadro de horários de forma que eu pudesse ver todas as matérias todo dia. Tudo para que pudesse manter a memória das diversas matérias.

Assim, recomendo fortemente esse tipo de estudo, a mudança na produtividade é enorme. Mas, claro, os métodos podem variar de pessoa pra pessoa.

Sigam nos estudos e nos acompanhem no blog, Instagram e Facebook. Um abraço!

Jurandi Ferreira

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Prova Oral da PGFN: BEPS e o Fisco Global

Base Erosion and Profit Shifting – BEPS (Erosão da Base Tributária e Transferência de Lucros) é uma nomenclatura dada a um conjunto de ações postas em prática por agentes econômicos de atuação internacional que, aproveitando-se da desarmonia entre os diversos sistemas tributários, têm por objetivo frustrar a tributação sobre rendas e operações.

A globalização trouxe para as economias nacionais incontáveis benefícios, dentre os quais fomentar a competitividade entre os agentes econômicos e também baratear e assegurar amplo acesso a diversos produtos e serviços necessários por toda a população. Entretanto trouxe incontáveis divergências no campo da tributação. Isso porque a interação entre os vários entes tributantes gera correntemente lacunas e choques normativos.

No âmbito nacional, o combate à “guerra fiscal” se dá através dos mecanismos instituídos pela Constituição Federal, como é o caso do Conselho Nacional de Política Fazendária – CONFAZ, em matéria de ICMS e a previsão da reserva legal qualificada (lei complementar) como pressuposto para regulação de conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios (art. 146, I, CF). Ou seja, a própria União, enquanto representante da “extinta” soberania dos demais entes, deve regular tais mecanismos.

No âmbito internacional, entretanto, a harmonização do sistema não pode se dar dessa forma – deve-se respeito às diversas soberanias envolvidas na seara.

Assim é que, com o fito de evitar a erosão fiscal através de abusos perpetrados por grupos internacionais e possibilitar o reforço do compliance, diversas nações vêm centrando esforços na criação do que se convencionou chamar de “Fisco Global”. A criação de um Fisco Global, por sua vez, pressupõe necessariamente a transparência fiscal. E essa transparência fiscal apenas pode se dar através de um amplo acesso a informações por parte do próprio Estado e dos demais Estados envolvidos.

Assim, diversos tratados vêm sendo firmados nos últimos anos, dentre os quais cabe destacar o Acordo Multilateral (“Convenção sobre Assistência Mútua Administrativa em Matéria Tributária”), elaborado no âmbito da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico – OCDE, e promulgado no Brasil por Michel Temer por meio do Decreto nº 8.842/2016.

A intenção é exatamente uniformizar as regras de tributação e proporcionar a troca de informações entre os diversos Estados, com o objetivo de reprimir a sonegação, a evasão de divisas, a lavagem de capitais, dentre outros incontáveis delitos praticados na seara econômica.

A OCDE, em julho de 2013, elaborou o Action Plan on Base Erosion and Profit Shifting  (“Plano de ação para o combate à erosão da base tributária e à transferência de lucros”), pelo qual elaborou linhas gerais de ações a serem tomadas conjuntamente por meio de tratados. Entre as recomendações se encontram as “Mandatory Disclosure Rules” e o “Common Reporting Standard” – CRS.

O Brasil, portanto, vem seguindo tais recomendações e assinando os tratados correlatos no âmbito da OCDE (ressalte-se que o Brasil não é parte da OCDE!), havendo já instituído alguns mecanismos. É importante destacar a E-Financeira, que é um sistema criado para controle do capital existente em instituições financeiras em nome de pessoas físicas e jurídicas. As instituições devem informar à Secretaria da Receita Federal do Brasil movimentações superiores a determinados valores, e essas informações são compartilhadas em âmbito internacional.

No âmbito do Brasil, cabe aos Procuradores da Fazenda Nacional negociar e examinar previamente os tratados em matéria tributária, bem como elaborar normas infralegais para sua instrumentalização (v. RIPGFN).

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Fórmula para passar em concursos

Por muito tempo me perguntei qual era a fórmula para ser aprovado em concursos públicos. Com outras palavras, era isso que eu perguntava a amigos que já haviam logrado êxito em diversos certames. A resposta pode ser um pouco decepcionante, mas ao mesmo tempo deve ser um estímulo para vocês.

Não existe fórmula para passar em concursos. Não existe atalho. Não existe jeito certo. Cada um faz do seu jeito, cada um faz o seu caminho. Não me entenda mal, existem métodos de estudo que aumentam a sua produtividade. Existem direcionamentos que aumentam a sua probabilidade de ser aprovado em determinado certame, mas não acredite em fórmulas mágicas. Isso não existe.

Nada substitui o trabalho duro, a disciplina e a persistência. Todas as pessoas que eu conheço foram aprovadas assim, sem nenhuma fórmula, sem nenhum passe de mágica. Tenho certeza de que se você der o seu melhor, não tardará até que seja também aprovado para o cargo dos seus sonhos. Leia depoimentos, melhore seus estudos, aumente o seu rendimento.

Em breve daremos início às dicas para concursos, fique atento!

Força a todos!

Lucas Menezes